Prova de natação no Sena é anulada por poluição - Gazeta Esportiva - Muito além dos 90 minutos
Prova de natação no Sena é anulada por poluição e preocupa a menos de um ano de Paris-2024

Prova de natação no Sena é anulada por poluição e preocupa a menos de um ano de Paris-2024

Gazeta Esportiva

Por AFP

06/08/2023 às 18:47

São Paulo, SP

Primeiro revés nos testes de água do Sena antes dos Jogos Olímpicos de Paris 2024: a competição de natação em águas livres marcada para este fim de semana teve que ser totalmente cancelada neste domingo devido à poluição do rio, mas as autoridades garantem que estão confiantes antes da realização do evento (26 de julho a 11 de agosto do próximo ano).

Depois de uma última reunião noturna entre o comitê organizador (Cojo), a cidade de Paris, as federações esportivas e outras organizações, para estudar as últimas análises, foi tomada a decisão de não permitir que os nadadores pulassem da ponte Alexandre III, no coração de Paris, para este evento do Mundial.

O motivo foram as fortes chuvas durante a semana, que transbordaram as redes de esgoto e levaram as águas residuais de volta ao rio.

"Estamos todos desapontados nesta manhã (de domingo), em primeiro lugar pelos atletas e por toda a organização do evento. Aconteceu em poucas horas", reagiu Pierre Rabadan, responsável pela pasta de Esportes, Jogos Olímpicos e Sena da prefeitura de Paris.

Quando o tempo melhora gradualmente, garantiu que, segundo análises em tempo real da prefeitura, a qualidade da água do Sena estava "boa" na manhã deste domingo. Mas a decisão foi tomada com base em uma análise da bactéria Escherichia coli de 24 horas, com uma concentração que ultrapassou o limite permitido: 1.300 UFC/100 ml, quando a federação internacional de natação (World Aquatics) impõe uma taxa inferior a 1.000.



Desde quinta-feira, a Federação Francesa de Natação (FFN), em acordo com a World Aquatics, apontou a qualidade da água "abaixo dos padrões aceitáveis" e cancelou os treinos antes de adiar a prova feminina de sábado para domingo.

"Saúde é prioridade absoluta"


A World Aquatics afirmou neste domingo que estava "decepcionada com o fato de a qualidade da água ter levado ao cancelamento deste evento do Mundial". "Mas a saúde dos atletas deve ser sempre a nossa prioridade absoluta", afirmou Husain Al-Musallam, seu presidente, citado no comunicado divulgado neste domingo.

Nos últimos quatro dias, o Cojo, a cidade de Paris e a prefeitura da região de Ile-de-France indicaram, por sua vez, que as chuvas são "excepcionais" para a temporada. Esta última havia decidido em 27 de julho autorizar a competição, com base em 42 análises de água de junho e julho.

"A qualidade da água vai continuar a ser monitorizada, com a esperança, com base nas atuais previsões meteorológicas, de que atletas de alto nível possam participar numa competição no Sena, no Triathlon Test Event agendado para ser realizado de 17 a 20 de agosto", explicou o comitê organizador.

Outro cancelamento dentro de dez dias seria preocupante para os organizadores e para a cidade de Paris, mas neste domingo tanto o Cojo quanto a prefeitura de Paris estavam confiantes de que poderiam organizar a competição.

"Plano B? O Sena"


O cenário de chuvas abundantes era temido e, antes dos Jogos, diversas obras estão em andamento contra esse risco, como a bacia de Austerlitz, em construção, que permitirá o armazenamento de água da chuva (50.000 m3), e que vai operar a partir de 2024.

A World Aquatics, diplomaticamente, alertou contra o excesso de confiança: "é preciso continuar a trabalhar com Paris-2024 e as autoridades locais para garantir que existam planos de contingência para o próximo ano".

Questionada sobre se existe um Plano B, Brigitte Légaré, responsável pelas competições no centro de Paris, explicou neste domingo que as provas do Sena estão marcadas para o final dos Jogos, nos dias 8 e 9 de agosto, e que seria possível adiá-las em um dia se necessário.

"Um Plano B é possível em algum lugar que não seja o Sena? Não, o Plano B é o Sena", disse Légaré. "Tenho confiança, trabalho com as autoridades há quatro anos sobre o assunto em Paris e vejo a evolução, vamos conseguir", acrescentou.

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