Passados alguns anos o Bitcoin se tornou em uma das criptomoedas mais conhecidas no mercado das moedas virtuais. O valor do Bitcoin hoje se tornou referência assim como o valor do ouro ou das principais ações.
Foto de Jannes Glas na Unsplash
O sucesso desses criptoativos acabou chegando aos clubes de futebol de todo o mundo e o Brasil não foi exceção com o lançamento dos famosos Fan Tokens, um ativo digital que roda em uma blockchain, a tecnologia que registra todas as transações.
Esses fan tokens ligados ao futebol e também outras modalidades esportivas são os Utility Tokens (tokens de utilidade). Os torcedores dos clubes o adquirem e passam a ter uma série de vantagens como descontos nos ingressos, prêmios, votos em algumas decisões internas de seus clubes, decisões nas escolhas dos uniformes e outros benefícios.
Existem também os Tokens de mecanismo de solidariedade no futebol, um ativo digital que permite que uma parte do mecanismo de solidariedade aplicado pela FIFA no momento da venda de um jogador seja repassado a aqueles que possuem esses Tokens.
Como funciona
Por determinação da Fifa, até 5% do valor da negociação de um determinado jogador deve ser pago aos clubes que investiram na formação de base do mesmo e os portadores recebam parte dos lucros obtidos pelas vendas dos jogadores.
A venda de Neymar para o clube árabe Al-Hilal rendeu aos detentores de Tokens do Santos cerca de R$ 18 milhões. Como o Santos vendeu 614.790 de seu Token, cada detentor recebeu R$ 29,27 por cada Token.
Esse tipo de Token é composto na verdade por uma cesta de jogadores os quais os clubes são detentores de seus direitos. Por exemplo, no Santos Futebol Clube que possui um dos Tokens de solidariedade mais populares do mercado em sua cesta estão Neymar, Rodrygo, Gabigol e outros nove jogadores formados na Vila.
Os Tokens podem ainda ser negociados nas exchanges, corretoras onde se negociam as criptomoedas. Vários clubes brasileiros possuem Fan Tokens, dentre eles podemos citar alguns exemplos:
São Paulo (SPFC)
O São Paulo um dos grandes clubes do futebol paulista tem o seu Fan Token o São Paulo SPFC, que permite ao torcedor participar em várias decisões além de outras experiências.
Santos (Santos FC Fan Token
Em uma parceria com a Binance o Santos lançou seu Fan Token em 2021 sendo hoje um dos mais populares e de maior rendimento do mercado contando atualmente com mais de 5 milhões de Tokens negociados. Os torcedores podem votar em determinadas decisões do clube, obter ingressos VIP e outras vantagens.
Corinthians (SCCP)
O Fan Token SCCP permite a interação com o clube e ao mesmo tempo concorrer a premiações especiais.
Palmeiras (VERDAOFT)
Com o Fan Token do Palmeiras seus associados obtêm o direito de participar de determinadas decisões do clube.
Clube Atlético Mineiro (GALO)
O clube mineiro oferece com seu Fan Token vários benefícios como ingressos, produtos autografados e outras vantagens.
Cruzeiro (CRZ)
O Cruzeiro oferece para os associados com Fan Token promoções exclusivas e outras facilidades.
Flamengo (MENGO)
O Flamengo disponibiliza para os portadores de seu Fan Token MENGO a oportunidade de participar de algumas decisões do clube, produtos autografados, possibilidade de conhecer seus ídolos e outros benefícios.
Fluminense ($FLU)
Os detentores dos $FLU poderão ter experiências exclusivas como encontros com seus ídolos, visitas ao CT e vestiários além de outras vantagens.
Uma boa ideia
Através do Token de mecanismo de solidariedade da Fifa muitos investidores tiveram um lucro bastante interessante. Segundo dados levantados pelo site InfoMoney os detentores desses ativos receberam de 2020 a 2023 cerca de R$ 19 milhões.
Os Fan Tokens na verdade estimulam ainda mais o vínculo emocional de torcedores com seus clubes. O torcedor passa a ter direito a decisões internas da agremiação e benefícios exclusivos.
Com os Tokens os torcedores se transformam em parte importante no setor financeiro do clube gerando recursos essenciais para a sobrevivência dos mesmos já que na venda desses ativos uma certa quantia é direcionada ao clube.
Em determinados casos uma empresa adquire o direito sobre esses ativos digitais dos clubes pagando uma quantia e assumindo os riscos da comercialização. A empresa emissora desses tokens e os clubes também ficam com 0,25% da negociação realizada entre os usuários.