Rivaldo diz que Zagallo comprou briga com Romário para convocá-lo para os Jogos Olímpicos de Atenas em 1996 - Gazeta Esportiva
Rivaldo diz que Zagallo comprou briga com Romário para convocá-lo para os Jogos Olímpicos de Atenas em 1996

Rivaldo diz que Zagallo comprou briga com Romário para convocá-lo para os Jogos Olímpicos de Atenas em 1996

Gazeta Esportiva

Por Redação

31/08/2023 às 16:02

São Paulo, SP

Rivaldo disputou de tudo pela Seleção Brasileira: Eliminatórias, Copa América, Olimpíadas e duas Copas do Mundo. Em entrevista à Betfair, o atacante relembrou suas experiências com a camisa da Canarinho e destacou um episódio. O ex-jogador contou que Zagallo, histórico treinador do Brasil, comprou uma briga com Romário para convocá-lo para os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.

Para montar uma seleção olímpica, o técnico precisava convocar três jogadores com mais de 23 anos de idade. Rivaldo, Bebeto e Aldair foram os escolhidos para preencher essas vagas. "Teve uma situação em que o próprio Zagallo me falou: 'Vamos Rivaldo, eu comprei uma briga com o Romário'. Ele falava isso me dando uma pressão", afirmou o ex-atleta.

O ex-camisa 10 da Seleção continuou: “Eu era considerado um dos melhores jogadores do Brasil, então eu fui por mérito meu. Eu não tinha culpa que o Romário ficou de fora. Tiveram momentos que ele falava: 'Quero que você jogue bem, eu poderia ter trazido o Romário'".

No entanto, apesar de ter sido peça chave da Seleção na conquista do bronze, Rivaldo cometeu um erro que afetou sua sequência com a Amarelinha. Durante a semifinal contra a Nigéria, o ex-jogador perdeu uma bola que acabaria terminando com um gol da seleção africana.

"Perdi uma bola e a Nigéria fez 3 a 2. Depois disso, eu fiquei um ano sem ir para a Seleção Brasileira. Fiquei castigado por ter perdido uma bola no meio campo", afirmou o ex-atacante do Barcelona.

Na disputa do terceiro lugar, o Brasil saiu com a vitória. Rivaldo comentou sobre a sensação de conseguir sua primeira conquista com a amarelinha. "Fiquei feliz, mas ao mesmo tempo triste. Eu sabia que todos queriam a medalha de ouro. Agora o Brasil tem duas medalhas, mas antes os jogadores eram muito criticados por não conseguir levar o ouro olímpico", apontou.

"Foi uma emoção receber a medalha de bronze, mas ao mesmo tempo eu sabia que seria difícil para mim, pela bola que eu perdi. Eu senti alguns dias depois que, quando a gente chegasse no Brasil, eu seria muito criticado e foi isso que acabou acontecendo", concluiu o ex-atleta.



A decepção da Copa do Mundo de 1998


Ao falar da convocação para sua primeira Copa do Mundo, na França, em 1998, Rivaldo lembrou da sensação e de algo que ele considerou importante para carimbar seu nome entre os selecionados de Zagallo: a sorte.

"É uma sensação muito boa. Mas eu acredito que também tive sorte. Lembro que o Brasil jogou um amistoso contra a Argentina no Maracanã e eu não fui convocado. A CBF entrou em um acordo com o Barcelona, pois eu iria jogar a Copa do Rei, então eu não fui para o amistoso. Os torcedores do Brasil vaiaram muito a Seleção por ter perdido em casa. O Raí foi para esse jogo e ficou de fora da Copa. E como eu não fui para esse jogo e fui campeão pelo Barcelona, acho que tive sorte de não ter ido para esse jogo do Maracanã", analisou o ex-jogador.

Mesmo sendo "novato" em Copas do Mundo, Rivaldo foi titular em todas as partidas no torneio. Ele relembrou a importância do momento que é construído com base no desempenho durante as partidas.

"Cada jogo que você faz bem, você se garante no próximo. Aqui no Brasil a pressão da imprensa é muito grande em cima do treinador. Como não tem muito tempo, a imprensa começa a criticar se você não joga bem e a equipe sempre muda bastante de jogadores. Isso aconteceu com o Giovanni. Ele jogou 45 minutos, o Zagallo tirou ele e nunca mais jogou na Copa", disse Rivaldo.

Após a derrota na final para a França, Rivaldo lembrou sobre todas as teorias conspiratórias que foram criadas sobre o motivo do Brasil ter perdido o jogo. O ex-camisa 10 da Canarinho lembrou que, na época, até sua mãe questionou o ocorrido.

"Isso me dava tristeza. Na minha casa, minha mãe perguntou se a Copa tinha sido vendida e quanto a gente tinha ganhado, de tanto que ela escutou que isso tinha acontecido. Isso me deixou triste porque tivemos que escutar isso e jamais iríamos em um jogo para perder, principalmente em uma Copa do Mundo, onde a gente queria sentir aquela alegria", relembrou.

O ex-atacante concluiu: “Eu jamais vou entrar em um jogo para perder, Se isso fosse acontecer, eu nem entrava em campo. Nunca na minha vida aconteceu de alguém me oferecer algo para perder. Não faço parte dessas coisas, ainda mais em uma Copa do Mundo".



Pressão na Copa de 2002


Na preparação para a Copa de 2002, Rivaldo já era uma realidade dentro da Seleção Brasileira. Após vencer o prêmio de melhor jogador do mundo, a pressão da torcida e da imprensa quase fizeram o pentacampeão desistir de vestir a Amarelinha.

"Eu lembro de um jogo contra a Colômbia no Morumbi, todo mundo me vaiando, vaiando o Brasil e jogando as bandeiras e o jogo muito difícil, que no final o Roque Jr. fez o gol de cabeça. Então você pensa: Você está no seu clube e todo mundo te respeita. Chega para jogar as Eliminatórias e as pessoas não entendem que você no clube é totalmente diferente de uma Seleção Brasileira. Você vem para um jogo só, você treina, muda alimentação, viaja por tantas horas, altitude. Mas a imprensa e as pessoas não querem saber, querem ver o Brasil ganhando de 3 ou 4 a 0", declarou Rivaldo.

O ex-jogador de Palmeiras e Corinthians finalizou: "Eram muitas críticas e eu consegui superar, mas passou pela minha cabeça largar a Seleção. É até uma tristeza você pensar nisso, porque chegar na Seleção é um sonho, mas quando você chega nesse ponto [de receber muitas críticas], isso passa na sua cabeça".

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