“Estou triste por não ter saído campeão, mas feliz pelos combates que fiz. Venho evoluindo, hoje eu sou um dos principais atletas da categoria. Sigo brigando nessa reta final pela vaga olímpica em Paris 2024 e trabalhando pela medalha em Paris, que é meu grande objetivo”, disse Schimidt após a prata no Masters, que lhe rendeu mais 1260 pontos no ranking olímpico.
Em Budapeste, Schimidt entrou como cabeça-de-chave número 8, o que o colocou de bye na primeira rodada. Nas oitavas, não teve muitos problemas para passar pelo espanhol Jose Maria Mendiola Izquieta e venceu o duelo com dois waza-ari (ippon).
A partir daí, o caminho que se desenhou para o brasileiro foi o mais difícil da categoria. Primeiro, teria que passar pelo campeão olímpico de Tóquio 2020 e bronze no Rio 2016, Takanori Nagase, do Japão. Depois, enfrentaria o atual bicampeão mundial, Tato Grigalashvili, invicto há 26 lutas no circuito mundial, desde julho de 2022.
Com um judô tático, o brasileiro anulou as melhores pegadas do japonês, conseguiu impor volume de ataques e venceu nas punições (3-2).
Se a estratégia funcionou com o campeão olímpico, ela também funcionaria com o campeão mundial. Schimidt veio confiante para o combate com o georgiano e, da mesma forma, venceu a luta nas punições, esgotando, fisicamente, o adversário, com entradas em sequência e com uma boa estratégia de kumi-kata (pegada).
Na final, Guilherme Schimidt enfrentou o belga Mathias Casse, que foi campeão mundial em 2021 e acumulou dois vices em 2022 e 2023. Os dois se enfrentaram apenas uma vez, no Grand Slam de Antalya, em 2022, o brasileiro levou a melhor.
Dessa vez, Casse acertou um golpe na primeira tentativa, marcou um waza-ari e administrou o restante da luta para assegurar o ouro. Os bronzes do 81kg ficaram com Nagase e Grigalashvli.
Ver essa foto no Instagram
O Brasil ainda teve outros quatro brasileiros no tatame, neste sábado. Daniel Cargnin (73kg), que retornava às grandes competições depois de lesão que o tirou do Mundial, em maio, estreou com vitória sobre Martin Hojak, mas não conseguiu passar pelo atleta do Kosovo, Akil Gjakova, nas oitavas-de-final.
No feminino, Luana Carvalho (70kg) foi quem teve o melhor desempenho. Ela venceu Anna Bernholm, da Suécia, por waza-ari, mas parou na vice-campeã mundial, Lara Cvjetko, da Croácia, nas oitavas de final.
Ketleyn Quadros (63kg) e Gabriella Mantena (63kg) pararam na estreia diante de Renata Zachova (República Tcheca) e Miku Takaichi (Japão), respectivamente.
Domingo tem mais Brasil no tatame em Budapeste
No último dia de competição em Budapeste, o Brasil terá mais outras cinco chances de subir ao pódio com Marcelo Gomes (90kg), Rafael Macedo (90kg), Rafael Buzacarini (100kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e Rafael Silva (+100kg).