Até onde Dener poderia chegar? - Gazeta Esportiva
Bruno Ceccon
São Paulo, SP
04/19/2019 08:00:10
 

Dener Augusto de Sousa conquistou a Copa São Paulo em 26 de janeiro de 1991 e morreu em 19 de abril de 1994. Em um intervalo de exatos 38 meses e 24 dias, o genial meia-atacante fez o suficiente para ser lembrado 25 anos depois de seu falecimento.

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“Todo o mundo fica pensando: onde esse menino chegaria? É citado até hoje porque ninguém se conforma por ter perdido aquele talento e não saber até onde poderia chegar. É isso que mantém o Dener mais vivo. Fica na cabeça das pessoas: aonde ele ia?”, disse Denis Henrique, filho mais velho do craque, à Gazeta Esportiva

Horas antes de sofrer o acidente fatal, o meia-atacante de apenas 23 anos esteve no Canindé para selar sua transferência ao Stuttgart por US$ 3 milhões. Para Serginho Chulapa, o jovem formado pela Portuguesa tinha condições de ser protagonista no futebol europeu.

“Ele iria explodir em qualquer lugar do mundo. Tomava pancada e não caía, como o Neymar no começo. Não tinha medo de nada. Seria o melhor do mundo uma, duas ou até três vezes”, apostou Serginho. “Era um atleta diferenciado e muito difícil de marcar. Já subiu colocando todo seu repertório e teve um início espetacular”, completou.

Tetra nos Estados Unidos?
Companheiro de Dener na Portuguesa, Tico confia que o amigo evoluiria significativamente na Europa. E acredita que o meia-atacante, já convocado por Paulo Roberto Falcão para a Seleção Brasileira, poderia ser levado por Carlos Alberto Parreira à Copa do Mundo.

“A Seleção em Copas sempre tem aquele 12º jogador que o povão quer e, para mim, seria o Dener. Estava em uma sequência muito boa pelo Vasco e a torcida acabaria pedindo”, opinou. “A Europa faria bem a ele taticamente, porque teria que exercer certas funções que, pelo talento, os técnicos não solicitavam no Brasil”, acrescentou.

A fugaz e brilhante trajetória do craque foi tratada pelo escritor Luciano Ubirajara Nassar no livro “Dener, o Deus do Drible”, publicado pela editora Pontes. Na visão do autor, especular em torno do futuro do meia-atacante é algo que simplesmente não faz sentido.

“O Dener foi o maior jogador da década de 1990. Não precisou de Copa do Mundo nem de atuar na Europa. Eu não penso no que ele seria. Ele foi!”, afirmou. “É que as pessoas têm dificuldade para processar o raciocínio do que é arte, mas ele foi maior do que Ronaldo e Zidane. Daqui a 100 anos, continuarão falando dele”, declarou.



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