O japonês do Zinho - Gazeta Esportiva
Bruno Ceccon
São Paulo, SP
06/10/2019 09:00:11
 

Diego Sequia nunca jogou pelo Palmeiras, mas figura em alguns históricos pôsteres do clube alviverde. Único mascote a entrar em campo com os jogadores nos Derbys eliminatórios da Copa Libertadores 1999, o torcedor lembra o início de São Marcos e sonha rever o ídolo Zinho 20 anos após o título continental.

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Levado pelo pai, Diego começou a entrar com os atletas em 1993, ano da quebra do jejum, e manteve o costume até a idade limite. Nas fotos dos times posados do Palmeiras antes dos confrontos com o Corinthians, válidos pelas quartas de final da Copa Libertadores, não há outras crianças.

“Para eu ser o único mascote com o time em um clássico entre Palmeiras e Corinthians pela Copa Libertadores, tenho certeza que meu pai fez de tudo para me colocar lá dentro”, lembrou Diego, hoje com 30 anos e uma coleção de tatuagens alusivas ao time do coração.

Nas duas imagens, não por acaso, o pequeno garoto, devidamente uniformizado, ficou posicionado diante de Zinho, com quem costumava entrar em campo de mãos dadas. Morador de São Paulo, o consultor de vendas deseja rever seu ídolo de infância, que vive no Rio de Janeiro.

“Os jogadores iam passando e a gente pegava na mão deles. Meu favorito era o Zinho e eu sempre entrava com ele. Chegou uma época em que o próprio Zinho me via e, automaticamente, já puxava a minha mão. É um cara que sempre gostei e admiro até hoje. Gostaria de ter contato com ele”, disse.

Em entrevista à Gazeta Esportiva, sem titubear, Zinho lembrou do menino que costumava acompanhá-lo em campo há 20 anos. “É um torcedor que marcou, um garotinho, uma criança. Era muito legal o Dieguinho e pegamos aquela afinidade”, disse o ex-jogador, disposto a retomar contato com o fã.

Das arquibancadas do Morumbi, o admirador de Zinho viu dois Derbys históricos e testemunhou o início da canonização de Marcos. Depois de ganhar o primeiro duelo por 2 a 0, o Palmeiras perdeu pelo mesmo placar o segundo e precisou da intervenção de seu goleiro para levar a melhor nos pênaltis por 4 a 2.

“Graças a Deus e ao Marcos, conseguimos os 2 a 0 no primeiro jogo. O Corinthians martelou, martelou, martelou, mas a gente tinha um goleiro que é sem palavras, tanto que fiz uma homenagem a ele no meu braço que vou carregar para o resto da vida”, disse o pé-quente Diego, orgulhoso de sua tatuagem com o número 12.

Atualmente, ele é sócio-torcedor do Palmeiras e mantém o costume de apoiar o time nos estádios, inclusive fora do Brasil, pela Copa Libertadores. Nos dias de jogos no Allianz Parque, o fã de Zinho ainda desfruta da fama adquirida como mascote na década de 1990.

“Tem fotos minhas espalhadas pelos bares da região do estádio e todos me conhecem. Quem é das antigas, sabe que sou o ‘japonês do Zinho’ e chama pelo grito de ‘Zinhô, Zinhô’. Então, sou privilegiado”, contou Diego, com fé no bicampeonato continental. “Espero estar no Chile em novembro”, disse, em alusão à sede da final da Copa Libertadores.