Relíquias históricas - Gazeta Esportiva

03/02/2023 08:00:02
 

Por Vinícius Baldin

Duas relíquias do futebol mundial serão leiloadas na semana que vem em Londres, na Inglaterra. Romualdo Arppi Filho, árbitro da final da Copa do Mundo de 1986 entre Argentina e Alemanha Ocidental, no estádio Azteca, na Cidade do México, e seus familiares decidiram colocar em leilão a bola da partida e uma camisa da seleção argentina que foi presenteada ao brasileiro por Diego Maradona, o capitão do time albiceleste e craque do torneio.

Foto: Reprodução/Internet

A bola, que contém as assinaturas do próprio Romualdo Arppi Filho e de seus assistentes na final – o sueco Erik Fredriksson e o costarriquenho Berny Ulloa Morera -, e a camisa da Argentina, autografada por Maradona com uma dedicatória ao brasileiro, serão leiloadas na próxima quarta-feira pela Graham Budd Auctions (https://www.grahambuddauctions.co.uk/), a principal casa especializada em memorabilia esportiva do Reino Unido.

A maior estimativa dos itens colocados em leilão é justamente a bola da final da Copa de 1986 no México, com estimativa entre 30 mil (cerca de R$ 187 mil) e 50 mil libras esterlinas (aproximadamente R$ 312 mil). Já a camisa da Argentina pode ser leiloada por 1 mil libras esterlinas (R$ 6,24 mil).

“A bola ficou por muito tempo dentro de um armário na casa do meu pai e às vezes ia para a estante. Ele (Romualdo) relutou por muito tempo, mas agora concordou (com o leilão). Queremos disponibilizar para o mundo do futebol a bola da final da Copa de 86. É para ela poder ser vista por todos”, afirmou Ricardo Arppi, um dos três filhos do ex-árbitro, hoje com 84 anos e morando em Santos, no litoral paulista, ao lado da esposa Vera Lúcia.

Foto: Reprodução/Internet

Responsável por levar os itens a serem leiloados ao presidente da casa de leilões, em Londres, em dezembro do ano passado, Ricardo conta que o momento é ideal para isso.

“Há 36, quase 37 anos, meu pai foi o último brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo. O Maradona, que conhecia o bom trabalho que meu pai fazia, fez questão de ir até o vestiário dos árbitros para presenteá-lo com a camisa (da Argentina). E agora, em 2022, a Argentina volta a ser campeã mundial e um outro camisa 10, o Messi, levanta a taça da Copa”, disse Ricardo. “Assim, o valor histórico desta bola, em particular por conter as assinaturas de meu pai e dos outros dois assistentes, além da vitória da seleção argentina no último Mundial, tornam o item único e exclusivo”.

No Mundial de 1986, Romualdo Arppi Filho era o melhor árbitro brasileiro da época e trabalhou em três jogos – além da final, França 1 x 1 União Soviética, pela fase de grupos, e México 2 x 0 Bulgária, pelas oitavas de final. Ao final da temporada, foi eleito o melhor do mundo pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS, na sigla em inglês).

Na decisão realizada em 29 de junho no estádio Azteca, que recebeu quase 115 mil torcedores, a Argentina saiu na frente por 2 a 0, com gols de José Luis Brown e Jorge Valdano, e levou o empate da Alemanha Ocidental com Karl-Heinz Rummenigge e Rudi Völler. Aos 39 minutos do segundo tempo, Jorge Burruchaga fez o gol do título argentino. Rigoroso em sua atuação, Romualdo distribuiu seis cartões amarelos, sendo que, ainda no primeiro tempo, Maradona e o alemão Lothar Matthaus foram advertidos.